Borracha neoprene (policloropreno cr)

As borrachas de policloropreno são obtidas pela polimerização do cloropreno, (2-cloro-1,3 butadieno) e são conhecidas pelo nome popular de Neoprene, marca registrada da empresa DuPont para este tipo de borracha.

Se o cloropreno for polimerizado sem qualquer aditivo de modificação, o produto obtido é tão duro e insolúvel que é impossível de processar, tendo, portanto, que se decompor a cadeia do polímero para permitir pontos de clivagem. Os dois métodos usados para obter a processabilidade são:

- o processo tipo tiurame ou modificado com enxofre

- o processo modificado sem enxofre, modificação por mercaptano.

A cor (light âmbar, branco suave, cinzento prateado), a densidade e a viscosidade dependem do tipo de policloropreno. A viscosidade (ML, 1+4 a 100 °C) do policloropreno, matéria-prima, pode variar de cerca de 34 a 130 unidades.

O policloropreno foi originalmente introduzido no mercado pela DuPont com o nome de Duprene como uma borracha sintética com boa resistência ao óleo e ao ozônio. Posteriormente, a DuPont apresentou novos tipos de CR com melhores características de laboração e vulcanização, sob o nome de Neoprene.

Embora a resistência ao óleo das borrachas então existentes tenha sido melhorada com o aparecimento das borrachas nitrílicas e a resistência ao ozono com o aparecimento das borrachas EPT (terpolímero de etileno e propileno), a borracha de policloropreno continuou a ser bastante usada devido à boa combinação de propriedades e processabilidade apresentada.

A DuPont foi durante várias décadas o primeiro e único produtor da borracha de policloropreno. Introduziu no mercado uma grande variedade de diferentes tipos para satisfazer as diferentes necessidades da indústria.

 

 

Famílias da Borracha Neoprene Policloropreno CR: 

A primeira divisão das borrachas de Neoprene foi feita considerando o grupo destinado ao fabrico de adesivos e o grupo para aplicação geral na indústria, subdividido este último em três famílias, a família G, a família W e a família T.

Dentro da família G, os graus mais típicos são o Neoprene GN com pouca estabilidade enquanto matéria-prima pelo que não aguenta muito tempo de stock nessa situação, o Neoprene GNA e o Neoprene GT, estes com melhor resistência à cristalização, embora pequena.

Os Neoprenes da família W possuem melhor estabilidade de armazenagem e maior resistência à cristalização, fruto da modificação com mercaptano sofrida durante a sua produção, ou seja, durante a polimerização. Têm também uma distribuição mais uniforme do peso molecular e necessitam normalmente de aceleradores orgânicos para que a vulcanização seja razoavelmente rápida. Os graus mais típicos na família W são o Neoprene W, o Neoprene WHV e o Neoprene WK. O Neoprene WRT é o mais resistente à cristalização.

Na família T, podemos citar o Neoprene TW e o Neoprene TRT, ambos semelhantes ao Neoprene tipo W e contendo uma fração de polímero gel para melhorar o seu comportamento. São resistentes à cristalização e necessitam de aceleradores orgânicos. Apresentam muito pouco nervo e uma baixa contração.

Para mais fácil comparação, podemos resumir as características da borracha (matéria-prima) e dos vulcanizados obtidos de cada uma das famílias anteriormente referidas, tipo G, tipo W e tipo T, na tabela seguinte.

 

 

Característica da Borracha Neoprene Policloropreno CR:

A borracha de policloropreno tem uma tendência acentuada para a cristalização. Este processo baseia-se na tendência à formação de cristais na macromolécula e manifesta-se por um endurecimento mais ou menos forte durante a conservação da borracha, da mistura crua ou do vulcanizado à temperatura ambiente e, sobretudo a baixa temperatura. A tendência à cristalização é maior na borracha ainda não trabalhada, podendo ser diminuída com a introdução de plastificantes ou resinas adequadas. O endurecimento provocado pela cristalização só é uma vantagem para a fabricação de colas de contacto, preferindo-se, neste caso, os graus com forte tendência à cristalização.

A cristalização é uma propriedade inerente às borrachas de policloropreno, embora uns tipos cristalizem mais rapidamente do que outros [3]. À medida que a cristalização se desenvolve, ocorre uma pequena diminuição de volume, e o provete sobtensão tende a relaxar e a alongar na direção da tensão. A cristalização não tem lugar a altas temperaturas porque as forças de orientação são dominadas pelo movimento molecular vigoroso. A cristalização é um fenômeno completamente reversível, bastando aquecer um provete cristalizado a uma temperatura superior àquela á qual ocorreu à cristalização para que esta desapareça e o provete readquira a sua macieza e flexibilidade.

 

 

Propriedades Borracha Neoprene Policloropreno CR:

Os vulcanizados obtidos com base em borracha de policloropreno apresentam boa resistência à intempérie, ao ozônio, ao envelhecimento e aos agentes químicos. Apresentam, ainda, boas características mecânicas e uma boa elasticidade a temperaturas baixas da ordem dos -40 °C, para além de serem muito pouco inflamáveis e apresentarem uma boa resistência a temperaturas da ordem dos 100 °C ou, por breves períodos, de 120 °C. A permeabilidade ao gás é muito inferior à da NR, IR e SBR aproximando-se da permeabilidade das borrachas de acrilonitrilo butadieno (NBR). No tocante à resistência química, os vulcanizados de policloropreno apresentam uma boa resistência química aos óleos parafínicos, uma média resistência química aos óleos nafténicos e hidrocarbonetos alifáticos e uma fraca resistência aos hidrocarbonetos aromáticos, hidrocarbonetos clorados e solventes polares.

 

 



Especificação e Uso Recomendado da Borracha Neoprene Policloropreno CR:

• Fluidos Refrigerantes (Freon)
• Gás
• Dióxido de Carbono
• Ozônio
• Luz Solar
• Correias
• Comestíveis sem odor
• Não tóxico

 

 

Informações para orientação genérica. Na hora de especificar o produto para um projeto ou compra, deve se conhecer melhor alguns parâmetros.

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